Memória de Mim
Memória de Mim
Como deixei tudo escapar por minhas mãos?
Eu tive sempre o tempo entrelaçado aos dedos.
Esforçando-me para trazer vida a minha fé.
Mas agora não nego que não há o que temer.
Eu não vou mais chorar negros dias do passado,
Mas não quero carregar o peso bruto dessa cruz.
Ajoelhar-me diante da dor me fará fragilizar.
Sentado apenas a ouvir o canto dos passarinhos.
Eu sou este monstro que deve ser banido?
E meu passado ainda consumido por minha dor.
Os anjos jamais trariam cura para meu ser!
Deixa sentir, deixa a despedida do meu falecer.
Quero descansar no cemitério das minhas mentiras,
Oh, há uma cidade onde as cinzas cobrem o medo.
Os meus anseios faleceram sem minha ajuda.
Tantos eu matei para tentar sentir qualquer alívio.
Nada é como foi, como será? (...)
O que será?
Victor Cartier