Memória de Mim

Memória de Mim

Como deixei tudo escapar por minhas mãos?

Eu tive sempre o tempo entrelaçado aos dedos.

Esforçando-me para trazer vida a minha fé.

Mas agora não nego que não há o que temer.

Eu não vou mais chorar negros dias do passado,

Mas não quero carregar o peso bruto dessa cruz.

Ajoelhar-me diante da dor me fará fragilizar.

Sentado apenas a ouvir o canto dos passarinhos.

Eu sou este monstro que deve ser banido?

E meu passado ainda consumido por minha dor.

Os anjos jamais trariam cura para meu ser!

Deixa sentir, deixa a despedida do meu falecer.

Quero descansar no cemitério das minhas mentiras,

Oh, há uma cidade onde as cinzas cobrem o medo.

Os meus anseios faleceram sem minha ajuda.

Tantos eu matei para tentar sentir qualquer alívio.

Nada é como foi, como será? (...)

O que será?

Victor Cartier

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 20/01/2011
Reeditado em 20/01/2011
Código do texto: T2741511
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