RIO DE JANEIRO: Chuva, Morte e ESPERANÇA!

São tantas lágrimas,

são tantas correntezas.

São corpos cortejados,

e perdidos na incerteza.

A mãe perdeu o filho,

o filho perdeu o pai.

O pai perdeu a família,

já nem se sabe o que vale mais.

Destruição virou rotina,

com requintes de coisa humana.

Sombra da dor é companheira,

e o coração em brasa inflama.

É a catastrófe da natureza,

como resposta às ações do homem

Que pensa ser inteligente,

mas até sua vida, aos poucos some.

A criança observa ao longe,

corpos envoltos em plásticos escuros

pensando vim ali algum parente,

perdidos na morte, imensidão do mundo.

Água, comida, roupas,

tudo isso deixou de existir como recurso individual.

Cada um sobrevive da partilha coletiva

Entendendo que nem tudo na vida, tem apenas um destino final.

É no silêncio da dor, emudecida pela tragédia anunciada,

que o homem redescobre caminhos e reflete, no arrependimento,

Suas ações, que visaram o lucro e riqueza,

transformados agora, numa imensurável barreira, de puro sofrimento.

Há uma condeção à injustiça Divina, há sim!

Há quem não entenda o que acontece por ali.

Mas DEUS não é vingança, dor nem sofrimento,

Deus é cada começo, como também, o FIM.

Em meio às águas, correm as lágrimas toldando as cores,

é o cenário da tragédia como palco de reflexão e confiança.

Perderam-se vidas, ouro inestimável...

Creio que entre todas as perdas, ainda nos reste, a ESPERANÇA.

E essa é fiel companheira, e não nos abandonará, de nenhuma mareira.

Rônet Alves

Fortaleza-CE, tarde de 19 de janeiro de 2011.