INCONEXÃO INTRÍNSECA
Sem sono,
Corpo em abandono,
Preso a este plano,
A esta essência,
A esta ausência
A esta vida enfadonha,
Corrompida por agruras,
Castrada pela fissura
Na existência vã
De dias a fio
Onde velo o nada
Tendo o tudo como
Algoz, como carrasco,
E segundo a segundo
Sou enviado a
Conhecer meu outro lado,
O amaldiçoado, e me
Sinto encurralado,
Pois ele é feio, é disforme,
É inconforme, é ingrato,
Assemelha-se a um rato de esgoto
E diante deste quadro
Eu viajo, e dou com
A cara na porta
Rastejando com
A barriga no chão
Eu choro, como choro,
Rechoro
E quase ignoro
O meu estado mórbido
De está vivendo de ilusão.