INCONEXÃO INTRÍNSECA

Sem sono,

Corpo em abandono,

Preso a este plano,

A esta essência,

A esta ausência

A esta vida enfadonha,

Corrompida por agruras,

Castrada pela fissura

Na existência vã

De dias a fio

Onde velo o nada

Tendo o tudo como

Algoz, como carrasco,

E segundo a segundo

Sou enviado a

Conhecer meu outro lado,

O amaldiçoado, e me

Sinto encurralado,

Pois ele é feio, é disforme,

É inconforme, é ingrato,

Assemelha-se a um rato de esgoto

E diante deste quadro

Eu viajo, e dou com

A cara na porta

Rastejando com

A barriga no chão

Eu choro, como choro,

Rechoro

E quase ignoro

O meu estado mórbido

De está vivendo de ilusão.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 16/01/2011
Reeditado em 20/03/2019
Código do texto: T2731886
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