Adeus

Adeus,

As árvores úmidas de Setembro

Diante do sol a recordar

Sobre aquelas palavras doces e ternas

Que eu te propus dizer-me

A favor de um caminho vazio

Ou então de uma vela acesa

Adeus ao que fomos nós dois

Na paixão do verbo amar

O Adeus,

É uma infinita diligência

Onde os cavalos deverão sofrer

Onde os reflexos da tua ausência

Marcam a sombra do prazer

O adeus é uma carta de você

Que eu guardarei sobre o meu coração

Uma ilusão de você e eu

Uma impressão de viver em outro lugar

O Adeus,

É apenas uma verdade frente a Deus

Todo o resto é uma carta a escrever

Sobre aqueles que estão a dizer-se adeus

Quando era necessário ficar

Você não pode mais esconder os olhos

Diante do vermelho das chaminés

Nós conhecemos outros fogos

Que tão bem nos consumiram

O Adeus,

É nossos dois corpos que se separam

Sob o rio do tempo que passa

Eu não sei mais porque você parte

E você não sabe porque me abraça

Nós não temos mais inveja

Nem das palavras que fazem sofrer

Assim como se havia escolhido o rumo

É penoso o momento de partir

Oh! O Adeus!

O Adeus,

São os soluços longos dos relógios

E as trombetas de Waterloo

Dirão a todos que se interrogam

Que o amor está tombado na água

De um navio ébrio de tristeza

Que tortura você e eu

Os passageiros estão em aflição

E eu conheço dois que se afogam

Adeus,

As árvores úmidas de Setembro

Diante do sol a recordar

Sobre aquelas palavras doces e ternas

Que eu te propus dizer-me

A favor de um caminho vazio

Ou então de uma vela acesa

Adeus ao que fomos nós dois

Na paixão do verbo amar

O Adeus,

É um lobo branco

Na sua montanha

E os caçadores no vale

É o Sol que nos acompanha

E uma pobre Lua a chorar

O adeus assemelha-se a estas marés

Que virão a enterra-lo totalmente

Os marinheiros com suas noivas

O passado com o futuro

Oh! O Adeus!

Oh! O Adeus!

Adeus.

Conde Diego O Poeta
Enviado por Conde Diego O Poeta em 14/01/2011
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