Sou dessa seca
desertos que já chorei
E esta lágrima que cisma
não é mais daqui
posto que árido chão
Não!
Das páginas que virei
respingam parágrafos
que ocultos, não criei
Agora sou fiapos d'água
num rosto em branco
Que escorrem salgando lábios
com gosto solavanco
por prantos que já nem sei
Meu deserto me traiu
Fingiu que não tinha sede
E bebe-me
na rede
pelo gargalo