NA CIMEIRA DESCAMPADA
Na cimeira descampada,
descem lágrimas de sangue,
leva as almas, a enxurrada,
vê-se um futuro langue.
Vejo o imenso horror
que nos prega a natureza
neste cruel despudor
em face de tanta frieza.
Arrasta jovem, velho e criança,
na sua fúria impiedosa,
os culpados em segurança
vivem em glória majestosa.
Então, uma breve estiagem,
só para contar os seus mortos,
choro diante desta imagem
que percorre por caminhos tortos.
Lancei meu olhar no espaço
em busca da compreensão:
Meu D´us, o que é que eu faço?
Se pequei, peço perdão!
Mas meus olhos vêem o mal:
Os pobres e as perdidas vidas,
o que fizeram afinal
para as dores merecidas?
Hoje são eles, amanhã pode ser eu,
rezo por tua compaixão,
o dia em que o mundo morreu,
apelo para o teu coração.
(YEHORAM)