Gente dorme na rua. E chove!
Gente mora na rua. E chove!
Gente trabalha na rua. E chove!
Gente se perde na rua. E chove!
E na rua amores começam
Na rua amores se acabam
E chove!
Rua sufocam gente
Apressam gente
Massacram gente
Consomem gente
E chove!
E mesas nas ruas
Cervejas na rua
Risos falsos na rua
Alegrias postiças
Máscaras e sorrisos
E vida tanta na rua
Os bares na rua
Os bêbados na rua
E chove!
Gente vive na rua
Gente morre na rua
E aparecem na rua
Desaparecem na rua
Um sempre na rua
E chove!

Ando perdido na rua
E penso em ti na rua
E uma saudade tua
Não tem nenhuma rua
Sinto tanto a falta tua
E me sinto na rua
E chove!
Em toda e qualquer rua
Eu te amo tanto ainda
E não sabes e não vens
E tu nunca voltas
Por nenhuma rua
E amo as ruas
E odeio as ruas
As ruas sem ninguém
Essas ruas todas e tantas
Pelas quais não vens
E são as ruas
As ruas de tão além
Ainda onde chove

E eu tão aborrecido
Sem guarda-chuva
Na rua e chove
Eu sem ninguém
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 13/01/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2725782
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