MÃE NATUREZA

Tento, não consigo, minhas forças se esvaem,

Sou mãe, minha filha natureza está em fúria,

Sofreu, tantas dores suportou, feridas se abriram,

Matas devastadas, árvores tombadas, queimadas,

E de seus restos, fumaças lançam seus lamentos,

Que sobem na atmosfera causando o efeito-estufa.

Chora a morte de seus pássaros e dos animais,

E nas áreas devastadas restam sómente cinzas,

Contrastes chocantes com o verde antes existente,

Onde se ouvia o cantar dos passarinhos em festa,

Até a cachoeira mimosa caia do alto tão mansa,

E a natureza que criei se enfeitava toda de flores.

No ar que contém oxigênio tão essencial para a vida,

Jogam poluentes dos combustíveis em combustão,

E das fábricas gases venenosos pelas suas chaminés,

Formando combinações mortíferas que se condensam,

E lá do alto vão provocando o aquecimento global,

Atingindo até as geleiras que vão se derretendo.

Tento conter a fúria das nuvens se condensando,

E se antes eram brancas e até tinham lindas cores,

Suas formas tomam aspéctos de cores aterrorizantes,

Num negro fúnebre parecendo querer espalhar a morte,

Pois o desejo é vingar as agressões do homem insensato,

E a natureza agredida despeja então chuvas torrenciais.

Os rios que também sofrem com os esgotos destratados,

Perdem a compostura e numa fúria que ninguém contém,

Vão tomando espaços inundando as cidades e os campos,

E das encostas morros desabam pelas águas turbulentas,

Destruindo casas, árvores que deslizam e tudo se desmorona,

E o mais lamentável, vidas que se perdem nos destroços.

12-01-2011