ALMA BANDIDA
Não se comove, desatenta, é má,
Vê misérias e parece sorrir,
Pois se alimenta das desgraças,
E quando acontecem, se rejubila,
Ingredientes que preenchem seu vazio.
Nos padecimentos, passa ao largo,
E se vê uma criança chorando,
Quem sabe por falta de nutrientes,
Não é capaz de se comover,
Pois sua Alma perversa assim quer.
Se um velhinho arcado em anos,
Precisa de ajuda ao se locomover,
Ainda sorri fazendo até deboches,
Pois julga que jamais será igual,
Diante de prepotências tão perversas.
Rejubila-se com as guerras,
E torce para que hajam vítimas,
Não importa se mães e seus filhinhos,
Até os jovens que se martirizam,
Defendendo a Pátria onde nasceram.
Se vê misérias nas periferias,
Onde nas favelas muitos padecem,
Julga seus moradores serem inferiores,
Por não terem oportunidades na vida,
Pois a própria sociedade os ignoram.
Alma bandida que se recolhe,
Já nos extertores do sofrimento,
Pois sofreu a punição que até buscou,
Pelas suas ambições materiais,
E o capítulo de sua história se encerrou.
12-01-2011