O Poeta

O poeta não consegue escrever na alegria,

Inebriado, tomado pela mais singela felicidade

Tal qual o mancebo na mais tenra idade,

Mas na tristeza, nos momentos de nostalgia.

Para criar tão belo engenho e arte

É necessário um só combustível, vou dizer:

Pois esse não é outra coisa, a não ser

Um triste coração que se parte.

Assim é o poeta: funesto, entediado,

De alma sombria, sorumbática e moribunda,

Amante que não é amado.

Um ser onde o amor não germina, nem fecunda.

E guiado pelos devaneios desse mal, atabalhoado

Não percebe a melancolia em que se afunda.

gfmiranda
Enviado por gfmiranda em 08/01/2011
Código do texto: T2716092