Objeto
Descrevo dias e penso que existo.
Entre mim e você existe o nada ou o qualquer coisa.
Faz tempo que não sei o que é amanhecer em teus braços,
e quando acontece é o desprazer que abraço.
Queria ser poeta e descrever a dor do Amor em versos,
queria ter sido você para ter me escolhido...
Embriago-me entre duas mãos,
e no canteiro central perco minhas pétalas,
como lágrimas em noites de desespero e angústia.
Motores às minhas costas,
e à minha frente o vazio.
A cerveja amarga-me,
os motores ensurdecem-me...
Algumas vezes parece que me abrigo
em outra que se exaspera,
e enlouquece-me.
Em alguns dias fui alguém,
depois- OBJETO.