Pausas de semibreve
No compasso inaudível das horas
o tempo da esperança
a mulher espera
no ventre a criança
No corpo
um vulcão de sentimentos
borbulham
escorrem como lava
quente
ardente
E a vida
tem pressa
os sonhos
têm pressa
a paixão
tem pressa
a boca
tem pressa do beijo
o desejo
tem pressa
e fala alto
De repente
pausas de semibreve
pairam no ar
o vento
não sussurra palavras doces
não assovia mais
as folhas das arvores
se mantém inertes
o amor silencia
Entre lágrimas ritmadas
a tristeza muda
preenchendo
com_fusa e semifusas
as lacunas
onde antes
só havia saudade
a poesia calada
Neste silêncio
neste vazio
ouviras bem baixinho
um coração a chorar