PARA LIBERTAR ESTÁ DOR DO INTERIOR DO MEU CORAÇÃO!!!

PALAVRAS DE LIBERTAÇÃO

Não sei se sou realmente um poeta,

não sei se tenho essa face,

não sei se nasci com tal dom.

O mundo dos pontos, figuras e letras

são imensos de tal forma

que nesta forma

de poema

não sei se conseguirei abraçá-la metricamente.

Não sei quem sou e porque nasci

vivo e vivo... vivendo "o quê?" ! não sei!

Boto essa máscara de poeta no rosto

e vou caminhando... caminhando

as vezes vôo, as vezes nado e assim vou.

Não sei se realmente poeta tem face

ou maturidade...

mal sei, se ele realmente sai...

desta caverna no alto do mundo

donde ele vê o mundo!!!

Não tenho esse domínio da significação

das palavras.

Sei somente que elas existem

e passam alguma coisa, de acordo o contexto,

Mas para mim isso é indiferente:

não quero passar a regra...

não quero seguir a técnica,

só quero me libertar através do sinal

sair voando feito louco

nadando feito golfo abriando terras

golfar pelos caminhos, sem parada

através de qualquer ponto ou acento.

Não quero balbuciar o vernáculo...

nem cantar verso após verso simetricamente em sua estrofe.

Quero mesmo é exaltar a emoção

desenhar em palavras a imagem

sem cor e sem foto.

Quero abrir meu peito como se cada frase dilacerace-o

e rancasse da minh'alma a útima lágrima

a última estrofe se é que ela existe

o último canto, o último poema

que sairá num só grito de qualquer palavra

da mais bela à mais esdruxula.

Que poderá soar como emoção

de um último fôlego

ou piada, de uma berração da natureza:

"Ser execrável".

Não sei mais quem sou....

..se sou...

"Sou um incriado",

mas quando termino esses diálogos e confesso

'de mim comigo mesmo', que chamo de poema,

estou nú, molhado e ofegante

como se através do próprio

eu fosse capaz de por céu, terra e mar

abraçar o mundo e cumprimi-lo em meu coração,

através da poesia amante

que faz-me amado por um moemento

e eterno poeta-filósofo da desumana humanidade.

__ Mal sei do que disse, mas disse...

porque as palavras escorreram-me do cérebro

as pontas dos dedos, para a última ode...

o último idílio compostos....

'se é que sei o que cômpus'.

NÃO SEI POR QUÊ?! MAS NÃO SINTO MAIS MINH'ALMA

Não sei 'porquê', mas estou assim:

como um cão sem dono

de perna quebrada

no meio da rua.

Estou como um criança

sem pais e com fome

como uma criança com frio

sem calor de mãe.

Como um criança aleijada

no meio de outras jogando bola

como um bebê caído no asfalto quente

como um feto abortado no lixo.

Não sei 'porquê', mas estou assim:

como um marido traído

entre casais apaixonados

como um filho sem pai

numa festa de família.

Como uma mãe que perdeu teu filho,

como uma mãe que entregou teu filho,

como um mãe espancada

como uma que segura seu bebê roxo.

Não sei 'poquê', mas estou assim;

Como um poeta sem palavra

como um livro sem escritor

como um coração sem amor

como uma mente sem cultura.

Não sei 'poquê', mas estou assim:

assim como quem está

numa multidão sem pessoas

numa ânsia de grito sem voz,

doido pra falar mas amordaçado

pela hipocrizia da vida...

Não sei 'porquê', mas estou assim...

como uma carcaça sem folêgo...

Cavaleiro das sombras
Enviado por Cavaleiro das sombras em 22/10/2006
Código do texto: T270916