POESIA MUDA
Uma poesia muda
É o que sou
Desde o instante em que perdi
A tua imagem dentro dos meus olhos
Distante, fugindo, em sentido contrário ao meu olhar.
Tentei não chorar,
Não apagar teu desenho.
O tempo foi me arrastando bruscamente
Ao avesso do meu desejar.
As horas passavam por mim
Como se estivessem contidas dentro de um relógio.
Dentro de um relógio apenas!!
Eu não percebi,
Mas os caminhos eram os mesmos
Percorridos quando fui ao teu encontro.
Só bastava mudar a direção
E todas as distâncias findariam.
Mas era domingo
O último dia,
Talvez o primeiro se pensasse o inverso.
Não a partida.
Destarte o re-encontro de nossas almas apaixonadas e nostálgicas
Contidas em pequenos bilhetes:
Com destinos,
Com outros destinos,
Que não os mesmos,
Seria possível ou possibilidade.
Quimera seria atrasar todos os relógios,
Perder todas as noções de tempo.
Repito!
As horas passavam por mim
Como se estivessem contidas dentro de um relógio.
Dentro de um relógio apenas!!
Já fazia 4 horas sem te ver
Era muito pro meu olhar entristecido.
Naquele exato momento
Eu era poesia muda
Desde o instante em que cruzei a avenida.
Chegando aqui de volta p’ra casa
Onde você não estava.