POESIA MUDA

Uma poesia muda

É o que sou

Desde o instante em que perdi

A tua imagem dentro dos meus olhos

Distante, fugindo, em sentido contrário ao meu olhar.

Tentei não chorar,

Não apagar teu desenho.

O tempo foi me arrastando bruscamente

Ao avesso do meu desejar.

As horas passavam por mim

Como se estivessem contidas dentro de um relógio.

Dentro de um relógio apenas!!

Eu não percebi,

Mas os caminhos eram os mesmos

Percorridos quando fui ao teu encontro.

Só bastava mudar a direção

E todas as distâncias findariam.

Mas era domingo

O último dia,

Talvez o primeiro se pensasse o inverso.

Não a partida.

Destarte o re-encontro de nossas almas apaixonadas e nostálgicas

Contidas em pequenos bilhetes:

Com destinos,

Com outros destinos,

Que não os mesmos,

Seria possível ou possibilidade.

Quimera seria atrasar todos os relógios,

Perder todas as noções de tempo.

Repito!

As horas passavam por mim

Como se estivessem contidas dentro de um relógio.

Dentro de um relógio apenas!!

Já fazia 4 horas sem te ver

Era muito pro meu olhar entristecido.

Naquele exato momento

Eu era poesia muda

Desde o instante em que cruzei a avenida.

Chegando aqui de volta p’ra casa

Onde você não estava.

Lari Soares
Enviado por Lari Soares em 04/01/2011
Código do texto: T2708677
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