POESIA PARA UM PAI


Quando criança, tudo que pedi, voce aceitou,
não me lembro de uma única coisa que recusou,
nunca me advertiu, cresci na liberdade...
Se tivesse recusado, coisas que te pedi,
se fosse áspero, hoje não estaria aqui,
sentindo de tão distante, sua saudade...

Criou me na juventude, tão mimado,
nunca me vigiou, desviei me para outro lado
não fez nada, não olhou minha direção...
Solto, busquei a amizade entre grupinhos,
voce longe, foi desviando meus caminhos,
se tivesse me guiado, não estaria na prisão...

Sua pergunta-Mas onde foi que errei?
Essa resposta agora corretamente sei,
devia ter evitado meus rumos devassos...
Precisava ser duro, ter a coragem de dizer não,
não teve, esqueceu de minha educação,
cresci solto, voce não seguiu meus passos...

Pensando ser dono do mundo, entrei no crime,
por que voce não ensinou me o regime
em casa, estudar, conhecer o caminho do bem...
Não tenho pena, Pai, de ve lo arrependido,
acho que fui inocentemente por voce traído,
e que aqui, já sei, visitar me nunca vem...

Se tivesse me castigado, beliscão, um tapa,
hoje seria muito diferente esse meu mapa,
não teria seguido, o frio caminho da perdição...
É voce, meu Pai, o único e verdadeiro culpado,
não tentou desviar me desse trilho errado,
só, e sem voce, fui caindo nesse mundo cão...

Hoje choro...Por que a natureza tudo me néga,
pagarei pelo que fiz,comigo a justiça não foi céga,
esquecerei,quem sequer uma poesia minha leu...
Deve ser triste alguém ter um filho bandido,
culpa sua,por ter desse seu filho esquecido,
culpado sim,em sua casa, nunca me prendeu... 


Gil de Olive


Em 09 de Novembro de 2008, registrava aqui minha poesia de número 1.000. E hoje a de número 2 000.Obrigado, a tantos que me incentivaram. Abração a todos, e sinceros votos de um venturoso ano de 2011!


FIM
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 03/01/2011
Reeditado em 03/01/2011
Código do texto: T2707475
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