Medo de viver
Medo de viver.
Três pequenas palavras,
De tão forte sentimento,
O primeiro repugnante,
A segunda não tem sentido,
A terceira para muitos é algo bom,
Mas que para mim não vem sendo.
A dor fica remoendo minha alma,
Fazendo-me sofrer,
Em função de um amor,
Que nunca será meu.
Frigideira nasce sem tampa,
Frigideira eu sou,
Sem tampa,
Farei minha função aqui na terra.
Dentro de mim,
Coisas boas ou ruins sairão,
Mas como muitos poucos eu serei.
Consegui tudo que eu queria nessa vida,
Mas nunca fui feliz,
Agora nessa altura da vida,
A vida me apresenta o bagaço,
O bagaço que sou,
Com minha juventude já sugada,
Por aqueles que tinham sede dela.
Hoje minha juventude está sugada,
Tenho hoje o que queria ontem ter,
Mas não tenho mais a juventude de ontem,
Nem mais os mesmos sonhos,
Mas infelizmente o coração continua o mesmo,
Sentimental, Possessivo e Carente,
Escondido diante de uma face dura,
Com um olhar profundo, triste e distante,
De um alguém que viveu com poucas alegrias,
E muitas preocupações.
Em meu jazigo,
Deixem duas rosas,
Uma rosa vermelha e outra amarela,
A primeira murcha, representando o amor que não tive,
A segunda bem vistosa, querendo dizer, que apesar de tudo,
Consegui o que eu queria na juventude,
Desperdiçado-a.