Adeus Vida Cândida
Já são idos os tempos de bonança,
onde a alegria eterna da criança
se foi sem ter a preocupação...
Adeus cigarra da mata!...
Adeus ó fonte escondida!...
Pra sempre bonança perdida
ao declínio da fermata.
Como que me persegue a vida adulta!
Agora tudo que é infantil insulta
minha sabedoria e vã razão.
Adeus ó canto diurno!...
Adeus sorriso tão ledo!...
Antes tu eras o penedo
agora és muito soturno.
E quem me vê sorrir, logo é enganado...
O meu sisudo rosto é mascarado
E eu finjo para todos ter o pão.
Adeus Verdade Inaudita!...
Adeus, ó vil lei e norma!...
A minha alma, então, se deforma
e só no fim que acredita!