PRAZER MÓRBIDO
Morre um coração espedaçado
Morre assim, sem que ninguém se importe
Do peito foi brutalmente arrancado
Depois estraçalhado até a morte
Não chorou nem gemeu, morreu, apenas
Quem o matou nem percebeu seu sofrimento
Fechou os olhos as suas duras penas
E o viu morrer calado, sem lamento
Mesmo não estando preparado
Para morrer sem culpa (era inocente)
Não condenou quem o havia condenado
A morrer e o matou indiferente.
Quando a vida se extinguia ele sorriu
Num esforço encarou quem o matava
E o sorriso muito mais se expandiu
O assassino era quem ele amava
E por isto, ele morreu sorrindo
Deixou-se matar sem discussão
Fingiu não reconhecer seu assassino
Morreu sem demonstrar sua emoção
Pobre coração! Eu te lamento!
Porque te vi morrer sem reclamar
Sabendo que sofrias e, ao mesmo tempo
Morrias com prazer de tanto amar.