PRAZER MÓRBIDO

Morre um coração espedaçado

Morre assim, sem que ninguém se importe

Do peito foi brutalmente arrancado

Depois estraçalhado até a morte

Não chorou nem gemeu, morreu, apenas

Quem o matou nem percebeu seu sofrimento

Fechou os olhos as suas duras penas

E o viu morrer calado, sem lamento

Mesmo não estando preparado

Para morrer sem culpa (era inocente)

Não condenou quem o havia condenado

A morrer e o matou indiferente.

Quando a vida se extinguia ele sorriu

Num esforço encarou quem o matava

E o sorriso muito mais se expandiu

O assassino era quem ele amava

E por isto, ele morreu sorrindo

Deixou-se matar sem discussão

Fingiu não reconhecer seu assassino

Morreu sem demonstrar sua emoção

Pobre coração! Eu te lamento!

Porque te vi morrer sem reclamar

Sabendo que sofrias e, ao mesmo tempo

Morrias com prazer de tanto amar.

Marsoalex
Enviado por Marsoalex em 17/12/2010
Código do texto: T2676277
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