Sombrio

Na beira do caminho

Uma cruz levantada.

O viandante passa sozinho,

Olha e não diz nada.

É o fim da mensagem

Que pelo mundo andou.

Talvez desejando boa viagem

O corpo que ali ficou.

A mãe terra o esconde,

Talvez vítima de violência.

Só o silêncio responde,

Lugar triste sem aparência.

Morada da sombra do irmão

Na beira da estrada.

Assistida à solidão,

O fim de uma jornada.

É uma eterna parada

Que causa reflexão.

Tantas cruzes à beira da estrada,

São lágrimas que saem do coração.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 16/12/2010
Código do texto: T2675152