Quem sou eu?
O medo me assalta
Não o medo de morrer
Mas o do preconceito
O da discriminação.
Não estou ficando louco
Mas é muito pior que isto
Pois sinto na minha pele
E sofro conscientemente.
Não adianta fugir
Pois o tempo está passando
Neste relógio de areia.
Estou sumindo muito rápido
Morrendo e andando vivo
Fingindo o não sofrer.
06 de janeiro de 1992, às 22:10 horas