Minha dor
Não choro nem sofro
Pra não dar o braço a torcer
Mas sofro dentro do peito
Cada hora e cada dia.
O trabalho me entorpece
Mas não tira a consciência
Não me anestesia de todo
Nem me livra da doença.
Dou risadas de alegria
Mas só eu sei o que sofro
Me encarando neste espelho.
Não sofro pela doença
Mas pela morte próxima
Antes de curtir um pouco...
Deus venceu esta jogada. Mas ainda não me matou. Estou vivo ainda.
06 de janeiro de 1992, às 22:10 horas