A SECA
Na minha terra tem aridez,
tem um sol desolado,
tem o fogo, tem a nudez,
tem vazio ao meu lado.
Nás várzeas do coração,
tem áridos terrenos,
secos da decepção,
tem os gestos obscenos.
Na minha terra tem a seca,
tem vacas e bois famintos,
tem bons e maus instintos,
tem quem se entristeça.
Na minha terra tem o hoje,
tem o ontem e o amanhã
tem o perto que estava longe,
tem a seca temporã.
Na minha terra que é de carne,
tem o bem e tem também o mal,
tem o tosco, o vil e tem o charme,
tem a visão setentrional.
Que não me enterrem nesta terra,
nem junto de quem me faz a guerra,
traga a chuva o seu bem de espera
traga para a minh´alma a primavera.
(YEHORAM)