Amor impossível amor.
Amor impossível amor.
Nos tachos o calor, no peito a dor nos porões.
Lá onde se perdia em tamanha desilusão
Numa espera inútil insana de reviver o amor
Que jamais passaria naquele lugar de dor.
Onde nem mesmo se sentia valor.
Um amor que nascera no meio do canavial
Onde o sol castigava aqueles homens
Em cada rosto a angustia a saudade emoção
Lembranças daquele inferno navio de terror
Que os trouxe para este mar de desilusão.
Cada fala deste moço alfinetava o coração
Palavras de incentivo morriam sem vidas
Sem nexo apenas levavam minha emoção
Ainda lembro suas lagrimas rolando no peito negro
Como rio sertanej0 preguiçoso em seu leito.
Apenas segurava-lhe as mãos
Com palavras de esperanças de vida futura
Onde só mesmo o Criador aliviaria sua agonia
Onde nada de fantasia invadiria seu coração.
E daquele teto de porão gotas pingavam suaves
As gotas caídas no corpo ardiam como chibata
Outras lhe caiam na boca causavam alucinação.
Assim vivia de boca para o alto aliviando o coração.
Remexendo num tempo infeliz da historia do Brasil,
que nenhuma reparação apagará o rastro de maldade
e desrespeito ao ser humano.
Paralelo à lenda da invenção da cachaça.
Toninhobira
08/12/2010