A morte da puta de luxo

Acostumada a ser desejada,

nem viu sua beleza fugindo pela janela...

"que pena... era tão bela..."

assim diziam diante do túmulo.

Viveu uma vida invejada,

passeios, carros, joias, lugares.

Foi dona de tantas posses,

iludida, era ela a posse

de tantos e tantos olhares.

O corpo era maravilhoso

tocado por aquele que pagava demais.

E o pobre, todo garboso,

achava que era dele o gostoso

e de ninguém, de ninguém mais.

O tempo seguiu com a masmorra,

transfando em resquícios a fantasia.

E ela, uma mulher aquarela

ganhou outra cor, amarela

no fenecer do dia a dia.

No velório, alguns dos amantes,

mostravam em seus semblantes

algum pesar, alguma dor.

Mas aquele, dos seis diamantes,

distante, estava a sorrir,

nos braços de outro amor.

EDOARDO VILLAR
Enviado por EDOARDO VILLAR em 13/12/2010
Reeditado em 24/06/2023
Código do texto: T2668633
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