A morte da puta de luxo
Acostumada a ser desejada,
nem viu sua beleza fugindo pela janela...
"que pena... era tão bela..."
assim diziam diante do túmulo.
Viveu uma vida invejada,
passeios, carros, joias, lugares.
Foi dona de tantas posses,
iludida, era ela a posse
de tantos e tantos olhares.
O corpo era maravilhoso
tocado por aquele que pagava demais.
E o pobre, todo garboso,
achava que era dele o gostoso
e de ninguém, de ninguém mais.
O tempo seguiu com a masmorra,
transfando em resquícios a fantasia.
E ela, uma mulher aquarela
ganhou outra cor, amarela
no fenecer do dia a dia.
No velório, alguns dos amantes,
mostravam em seus semblantes
algum pesar, alguma dor.
Mas aquele, dos seis diamantes,
distante, estava a sorrir,
nos braços de outro amor.