Em tons de despedida... Adeus?

Foi longa a caminhada.

Vários obstáculos.

Tropeçamos em pedras,

Caímos em buracos.

Acabamos sós e calados

Buscando curas inúteis aos nossos machucados.

Nada é tão pesado quanto a saudade.

Ela é sufoco, é realidade.

É a lembrança que acompanha o vivo,

O mesmo que tem em si o riso contido,

Às vezes sofrido, silencioso.

Quem me dera ter o vento em meu rosto,

Mas tenho em mim desgosto!

Velhas recordações,

Suposições,

Fragmentos.

Ah a vida!

Ela é tão curta, é pequena

E nós, menores ainda.

Então, não há necessidade de entendê-la.

Só a conhecemos quando estamos ao espelho

Exaltando nossa inutilidade.

Somos simples e frágeis.

Somos vultos;

Seres vazios...

Meras visões.

Somos conjunções...

Rostos apáticos, enigmáticos.

Um reflexo,

Somos seres desconexos,

Sem cor.

Somos, na verdade, fragmentos de fragmento;

Seres dotado de pensamentos;

Somos ar que se perde, vento.

Somos fracos,

Caímos em nossos próprios buracos.

Caímos na ilusão de estar vivendo,

Quando, de fato, estamos morrendo,

Esvaindo...

De corações sumindo.

Indo...

Enfim indo!

Nunca somos quem pensamos ser,

Ou quem gostaríamos de ser.

Somos decisão,

Do mundo confirmação.

Somos imagem, construção.

Somos e terminamos em reticências,

Somos pouca e mera aparência.

Essência...

Eus que sufocam e que são sufocados.

Somos corpo e alma exilados,

Condensados.

Enfadados na comprimida rotina do ser.

Dsoli