O teu rosto
Peço um rosto, chega o teu rosto,
noutro corpo sem o teu corpo.
Num carro na rua, num café me pergunto
porque não diz o que vai
no seu silêncio aqueles cujo olhar
me fala de solidão.
Perco-me de mim. Tão rápido...
pensando na sua coragem, e a minha
sempre adiada. Por um rosto,
enxergo o teu rosto, e como um convite
ousado fugiria, esta mão conhece-te
e desenha no ar o teu andar
por que andou tão rápido antes de sumir
o espaço à sua volta. Estás distante,
só assim podes pedir algumas horas
aos meus dias. E comparar a minha voz...
A tua voz é uma corda, a minha
um fio a quebrar-se.
tomb