Fui a Udine

Lá eu vi meus ancestrais...

não exatamente eles...

mas vi os olhos amargos...

metalurgia? e outras coisas...

quase ninguém te conhece!

Foi palco de guerrilhas diversas,

até consigo mesma!

E eu? Não fui a Udine literalmente...

A pronúncia é Údine...

Estou triste ao extremo!

Tão taciturno que não dormi direito...

os sonhos me pegaram para te ver...

enxergar luzes e escuridões...

o claro ganha nas coisas escuras...

tudo torna-se visível com o tempo...

o embaçado aos olhos vai ficando legível...

o índio escuro vai se miscigenando cada vez mais...

e as gerações vêm cada vez mais branquinhas...

Os hunos perderam as guerras...

os celtas foram dilacerados...

os romanos precipitaram golpes no vento...

mas atingiram muitos, muitos...

agora vejo cair um bicho feroz...

é teu irmão, Udine?

quem sabe ainda rias, porque este te menosprezou sempre...

apesar de acordares um dia para ver,

estás em sono profundo,

só o amanhã irá trazer tua voz,

teus ouvidos,

teus olhos verão como foi triste,

guerrear, guerrear, sempre lutando,

e jamais vencendo a ti mesmo,

todos somos irmãos realmente...

eu sou deste lugar também,

qual porcentagem?

qual número importa?

se ninguém é completo em si mesmo,

apenas um?

Estou profundamente triste!

Wanderson Benedito Ribeiro
Enviado por Wanderson Benedito Ribeiro em 06/12/2010
Reeditado em 23/10/2013
Código do texto: T2656325
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