REVELAÇÕES de um AMOR que SE FOI...
O encontro providencial que
passou pelas janelas da alma...
pousou e fez ninho no coração...
com hora marcada de partir...
Mal recordava-se das palavras carinhosas...
Que ouvira, e dos poemas apaixonados...
Que os acalentaram envolventes, sedutores...
Ao inicio dos tímidos encontros...
*
Ele mesmo procurava essa aproximação
Queria saber desses caminhos trilhados
Tirar a limpo tantas crenças, todos os valores
E até mesmo os amores, que andavam silentes...
Pelas alamedas d’aquela surpreendente vida...
*
E nas frestas desses olhares amantes...
Achegava-se o gigante mágico, impulso do desejo...
Inconfundível velho ancião astuto...
Com seu manto acolhedor...
Que os arrastavam para o prazer...
*
Foram tantas as juras e beijos exaltados...
Revelados no leito da paixão...
Com a Volúpia de corações enamorados...
Imergidos em constelações de fascínio e gratidão...
*
Sem cepticismo, em secreto bem querer, diziam...
A solidão, não se faz mais companheira...
As longas e intermináveis noites...
De tenebrosos açoites, que vinham a nos arrebatar
Com suas vestes de verdugo...
Para sempre se foram de nossas órbitas...
Faiscantes de Amor...
*
Seguiam os dias e as noites serenos...
Emoldurados na frescura de graciosas tardes
De sol ameno, ou na inefável grandeza...
Do Firmamento banhado por estrelas...
*
Passeios a beira mar de mãos dadas, não faltaram...
Sorvendo as delícias de tamanha imensidão...
E a boa nova deste menino sentimento...
Que surgia como a um rebento...
Reluzindo feito Cristal...
Entrelaçava os Diamantes
Em doce e generoso Elo...
Neste encontro Providencial!...
*
Mas, na esquina de caviloso Tempo...
Na curva de um sorrateiro Vento...
Que não se toca compreender...
Crava no coração...
A Dolorida Maldita Dor...
E sentem-se desvanecer o sentimento...
Que outrora, tão transparente sob o Sol , se via...
A mais bela renda tecida...
Nos Teares d’aquele Amor!
Maria Alice Pinto
30/11/2010