Pequenos versos melancólicos
Noites sem sono e dias sem paz
vive em alegria, enquanto for capaz
O copo de vinho, o corpo usurpado,
o suspiro de que fora assim tomado...
Ele foi julgado, rotulado e condenado
de um mundo da qual não pode ser perdoado
Sede de vingança mancha suas brancas asas
A inocência é um gosto já tão distante
Homem, anjo, demônio, Deus, quem sou eu?
Pai, mostra a luz a este filho teu...
O corpo tem poucos anos, a alma tem milênios,
O pesar de séculos e a experiência de poucos meses
Quanto tempo ainda resta para o fim?
Tempo demais a esperar, venha logo a mim
Se é por vida, se por mera travessura,
Despadaça-te enfim, com dura doçura.