ÚLTIMO ADEUS
Quando rebentar-se a fibra ardente
e o sonho não mais estiver presente
o que será dos versos meus
depois do derradeiro Adeus
Veras no sol o brilho diferente
fustigado pelo seu olhar ausente
Veras na lua o turvo clarão
momentos de angústia e solidão
Haverá ausëncia em sua plenitude
e uma só voz chorando amiúde
talvez aceitação, talvez confusão
a passar rápido como chuva de verão
Cálidas bocas o que engulirão
medos, fofocas, tentação
do sonho frenético ao amanhecer
na tarde vazia e fria ao anoitecer
deixem me a sorte do descanso
ao partir sorrateiro e manso
deixando para traz o pouco que é meu
dizendo baixinho e sorrindo ... Adeus !