Depressão

Quisera ter alma
Pra entrar em tua calma
E ao me embalar em tuas águas
Fazer as pazes com o amor

Quisera ter peito
Pra enfrentar meu defeito
O que mais me dilacera
O de não saber quem sou

Quisera somente
E não mais que de repente
Resgatar sonhos ausentes
E ser o que já não sou

Apenas queria,
Inventar a fantasia
Para que jamais sofresses
Que a minha dor não doesse
Na tua alma de flor

Pois quando vivia
Lembro-me remotamente
Que sonhava no teu ventre
Semear frutos de amor

E hoje que morro
E recolhes meus lamentos
Nesse cálice sagrado
Do teu corpo em meu louvor

Apenas te peço
Solta esse fio de vida
Larga a minha mão dormente
E meu coração ausente

Quero levar nos meus olhos
Essa expressão do teu rosto
A doce ilusão que me hás imposto
De acreditar no amor...

Lídia Carmeli
Enviado por Lídia Carmeli em 24/11/2010
Reeditado em 31/12/2010
Código do texto: T2633834
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