Hora da Morte

Ouço distante o relógio que segue

Segundo após segundo

Minuto após minuto

Numa jornada eterna a lugar algum

Mas aproxima-se o meu fim

Sinto que meu sangue não almeja mais

Circular dentre as minhas veias

Sinto que o meu pulmão se fecha ao ar

Que minha mente se desliga de meu corpo

Vagarosamente eu me despeço deste mundo

Sozinho, esquecido em meu leito de morte

Ainda ouço o som dos ponteiros do relógio

Aproxima-se a morte

Suave e rasteira

Envolve-me em teu manto rubro

Embala-me em cantigas

Como uma Mãe a ninar tua criança

Mas conheço o mundo

Sei o quanto ele pode ser mau

Vi quanto mau nossas mãos podem produzir

Mas agora, sou apenas um moribundo

Que observa a luz alva da lua

Que deseja tanto poder tocá-la

Mas minhas mãos estão envoltas em brumas

Carregado para longe deste mundo

Não sei qual será meu destino

Mas nada mais importa

Não existirá alento para uma morte solitária

Esquecido na relva dos dias

Poucos feixes de luz tocaram meu rosto

Como sempre gostei que o fosse

Não haverá lágrimas ou comoção

Não haverá corpo a ser velado

Não haverá epitáfio que diga quem fui

Sou um anônimo que abraça a morte

Tão bela Morte...

Dark Nightfall
Enviado por Dark Nightfall em 23/11/2010
Código do texto: T2632992
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