SENTIMENTOS

Sinto-me flor despetalada,
Que há uma poesia mal traçada,
Uma angústia eterna de Caim.

Sinto uma solidão multiplicada,
A vida sem tangente, fragmentada,
Uma estrela apagada no sem fim.

Abro a janela, olho a madrugada,
Tento preencher esse nada,
Evoco (em vão) a presença de algum querubim.

Recolho-me, alma frágil, destoada,
Derramo uma lágrima calada,
Na estranha ausência do sim.
...
Não sei o que faço de mim.