Brancas areias sem fim

Passaram-se anos, os anos enfim,

Que na praia das brancas areias sem fim,

Existia aquela que amava a mim,

Bem lembro que ela andou por aqui,

A quem sentia afeição pelo meu coração,

Meus pensamentos serão sempre em ti.

Éramos ainda jovens, jovens no mundo a sorrir,

Na praia das brancas areias sem fim,

A pureza do nosso amor era mais que amar,

Mais do que se pode sentir,

Um amor que não havia na terra nem no mar,

Que nos céus os anjos queriam-no conseguir.

E por isso sucedeu, já virado o ano,

Na praia das brancas areias sem fim,

Que numa gélida manhã de inverno,

A grande nuvem escura levou-a de mim,

E seus parentes vestidos em luto,

Vieram velar seu corpo aqui, bem aqui,

Guardando-a, fria e branca num tumulo,

Aqui, na praia das brancas areias sem fim.

E nos céus, os anjos então puderam,

O amor mais puro conseguir...

E esses são os motivos que sucederam,

Na praia das brancas areias sem fim,

Que as nuvens de inverno chegaram,

Levando a ela, a que sentia afeição por mim,

Mas nosso amor era mais do que amar e sentir,

Era uma necessidade do outro sem fim,

Habitando-nos o mesmo espírito enfim,

Que nem nos céus podem os serafins,

Ou demônios embaixo do mar, extinguir,

A magia que pra sempre existirá a unir,

Meu amor ao amor dela, que amava a mim.

Pois o por do sol à tarde, só me traz saudade,

Da bela que eu amei aqui,

Do luar escondido, só recordo os sorrisos,

Da bela que eu amei aqui,

E todas as tardes venho deitar-me,

Ao tumulo da minha deusa, a lamentar-me,

Apertando nas mãos grãos de areias daqui,

Da praia das brancas areias sem fim.

tomb

Tomb
Enviado por Tomb em 21/11/2010
Reeditado em 22/11/2010
Código do texto: T2629101
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