MARIA TEMPESTADE

Tarde demais...
Para o que tivemos
E o que não tivemos também,
Para o que não mais compartilhamos.

Tarde demais...
Para a porta que se fechou
Para alguém que entrou
E não ficou.

Tarde demais...
Para o amor.

Tarde demais...
Para desculpas
Para culpas
Para bichos de pelúcia.
Para José
Para Lúcia.
Para a vilania da astúcia.

Tarde demais...
Para os ais.
Para os sais.
Para os sinais.
Para os tristes carnavais.
Para aportar nesse cais.
Para acender o que não
Vai acender nunca mais.

Tarde demais...
Por demais tarde
Até para os subterfúgios
E como último pedido
Apenas te peço
Que se vá sem alarde
E por favor
Quando for
Leva tudo
Vá de verdade
E leve até mesmo
A saudade
Adeus, Tempestade.
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 21/11/2010
Reeditado em 21/11/2010
Código do texto: T2628128
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