Almas enlutadas



Paro... Ouço no vento o clamor do tempo
E pressinto, humanos bons morrem lentamente
Sinto o cheiro da dor que os corrói por dentro
Levando deles a vida, embaçando-lhes a mente...
 
Vivendo em um mundo quase todo pervertido,
Onde massacram, assassinam, a Paz e a Sinceridade,
Almas bondosas e puras, enlutadas gritam,
Por não suportarem ver e sentir tantas maldades...
 
Hoje, muitos fazem da amizade um jogo de trapaças
Usam o amor como esconderijo da canalhice
Demonstram alegria, escondendo a hipocrisia
Pensam que a felicidade é ver o outro em agonia...
 
Os bons querem sorrir, não conseguem, estão de luto...
Vão vivendo... Sofrendo... Morrendo na desesperança
E a dor vai corroendo, latejando a decepção
Em cada quimera que sentem extirpada do coração...
 
Vejo tantos sonhos deslizarem pelas curvas da noite
Ingênuos a pisar descalços em cacos afiados de falsidade...
E vejo olhos sarcásticos com sorrisos debochados...
Ouço passos nas sombras das mesquinhas inverdades...
 
Como explicar essa chaga invasora das almas...?
É como um abismo solitário que amedronta...
Vejo emergir, vivos e bizarros, todos os silêncios
Engolindo de dentro p'ra fora a pureza dos sentimentos...




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