Um Trôpego
Ele não pensava ir embora,
Mas um tiro matou a glória.
Perdeu-se a voz,
Dobra o sino (sempre),
A viúva chora.
Partiu sorrindo,
Chorou o pequeno.
Sonhos quebrados,
Cenas guardadas na memória,
Nos bosques da euforia.
Ficarão assim, iludidos,
Sem olhar o berçário.
Engolindo um socorro,
Um grito amigo, estima elevada.
Será que não,
Por quantos anos viverão?
As cicatrizes, venenos
Nas garras enfraquecidas.
Um trôpego inútil,
Cospe fora a nicotina letal,
Abre o jornal, detesta
As notícias corruptivas
Que sujam a imagem do Presidente.
Sobrevive com barbitúricos,
Controle mental fatídico.
Agora sim, chegou sua vez,
Dobra o sino (sempre),
A viúva chora.
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