Mãe Natureza

Laça-me como se eu fosse um boi apavorado

O tal do gado conduzido, esbaforido;cansado...

Atormentado e cheio de preocupações.

Não estou nada convencido,

Sofro de alucinações o tempo inteiro

E de janeiro à janeiro sou surpreendido

Sempre em março,

Depois que abraço o carnaval em fevereiro.

Já que não é só de festa que vive a tal da ovelha negra

E eu sou essa peste que caminha neste pasto

Estando prestes à partir, vou andando

à passos largos e deixo um rastro de tristezas.

E essa marca me acompanha a vida inteira

Não aguento mais ouvir tanta besteira

E as brincadeiras são sinais da incerteza

Dos alertas que me guiam

E das cornetas que me afetam

E da própria "Mãe Natureza".

Almeida Silva
Enviado por Almeida Silva em 13/11/2010
Reeditado em 20/11/2010
Código do texto: T2612656