PANACÉIA EM DÓ MAIOR

Um dia eu tenho certeza
Todos os sinais irão se extinguir
E a espera não vai terminar
E nunca mais vou ouvir a tua voz...
E não vai haver mais nada
Nenhum plano, nem um sonho
Nenhum sorriso, nem nós.
A viagem fantástica ficará estática
Em algum instante perdido do tempo
O tempo... que castrou... que nos separou
Que exterminou toda e qualquer cor.
O coração certamente ficará cheio de rancor
E pedirá um analgésico aos prantos
E eu de mãos atadas, impotente, inerte
Nada falarei, nada farei, apenas sentirei
O seu pulsar, o seu clamar, o seu mal estar.
Então já será muito tarde, por demais tarde
Pra qualquer tipo de alarde, de saudade ou resgate
E um corpo dorido será levado feito zumbi
Por um par de pés sofridos, doídos, retesados
A uma escada estreita que conduz ao leito
Outrora doce recanto da ilusão, refúgio da vazão
Transformada de súbito em local de recordação
De lamúria, solidão, maledicência e malquerença...
Isenta de vestígios de abstinência, inocência e referência
Dai a porta se fechará bem devagar fazendo assustar
Logo o amor tão idealizado e esperado terá se de esvair outra vez
E de novo a dor se fará presente através de um silêncio profundo.
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 12/11/2010
Reeditado em 12/11/2010
Código do texto: T2610557
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