Só pra não deixar o verão de lado
Ao ecoarem as gotas de uma tempestade,
Que desabas num inverno inexistente.
Escuto a voz da infância que me traz saudade,
Ao lembrar o quanto um dia fui contente.
Falecida mocidade que se fez precocemente
Por conta do bruxismo genético que me desloca o maxilar.
Absolva o condenado que aqui esta presente,
Embora seja ele culpado deste crime peculiar.
E que os podres de espírito sejam perdoados
Pois ignorância é o álibi que os inocenta,
Além de tudo já são aprisionados
Pelo elixir da vida que os “eloquenta”.
Ambição cruel, conquistar o ápice do cume.
Desconhecendo por completo o intuito da escalada
Premeditando pureza e fedendo a estrume.
Vão “queimando” superficialmente o disparo na largada
Nesta estranha e inexplicável corrida de infinitos caminhos.
Em comum, só mesmo crânio, tronco e membros.
Aparatos vitais que confundem mal-trato e carinhos,
Por gratidão desnecessária distorcida em lamentos
A Pena, nada branda é cumprida com rigidez,
Limitando não apenas a cobiçada liberdade.
Porque universos extremos desconhecem lucidez
Ao contratarem loucos juizes para julgarem sanidade.
Tornando-se insanos e alvos fáceis pro fracasso,
Pela própria vaidade são esquecidos
Fazendo da beleza o motivo pro cansaço
E pela futilidade acabam entorpecidos.
Claridade e transparência provam a tese de tudo,
Pois outonos e primaveras são sinônimos de insuficiência.
Apontando que o Senhor, o arquiteto do mundo,
Nada mais é do que a própria consciência.