Mortos, os sonhos.

"Sonhei ouvir, sonoros sons de rutilos cristais

tinindo longe através dos vitrais, imaginarios

de minha fantasia. E, em suspiros languidos, tristonhos

compareci, ao velório triste dos meus sonhos, e vi

sepultarem-se as minhas emoções...exterminarem-se as minhas ilusoes...disseminarem-se os meus pobres ideais

e extático tristonho eu quis ficar no sonho...nao despertar...jamais!"

Poeta que canta a morte...

que lança aos rostos a sorte

em palavras de poesia

Mortos, os sonhos...que resta de nós

que lagrima, que gemido rouco emite nossa voz

para novas sementes vingarem na terra fria

trazendo alento a alma nua, vazia.

Mortos os sonhos, sepulta a vida

Morreram os sonhos, lagrimas de sangue

vertem hoje os filhos da aurora

morreram os sonhos, quedam exangues

mutilados os deuses de outrora...

...decapitados foram pela palavra afiada

pelos olhares cerrados foram encarcerados

em celas de ódio, morreram atormentados

como gado levados, as valas jogados

espalhados como cinzas na terra molhada...

nada mais brota, a semente é oca.

Canta, Poeta...os sonhos mortos

canta a morte, sem prosa, sem versos

canta a cançao da esperança tosca

que malgrado restou no coração sofrido

canta poeta...os sonhos mortos

antes que tu mesmo hajas partido.

PS.( este é um tributo aos sonhos que as guerras matam,

as vidas ceifadas...um grito em palavras mudas)