Hoje Chove Dentro de mim

Observo a chuva caindo lá fora de mansinho molhando as janelas

Lavando das ruas todo o pó, todo o sangue e o passado

Penso, faz tanto tempo que não chovia assim...

Dessas chuvas branquinhas, tranquilas, suaves de ninar

Que de repente prescipitam dentro da gente uma vontade de poetizar

Estava tudo tão seco, sem vida

Parece que faltava até o ar para respirar!

Bendita chuvinha de novembro!

Fresca chuva que traz esse cheiro, esse gosto de primavera

-Ah! quem me dera ser assim comigo também!

Mas a chuva que cai dentro de mim há muito já é temporal1

Há muito é tempestade de trovões e raios...

Mas é tão bom ficar olhando o chuva caindo

Sorrindo como se não fosse mais passar

Como se fosse uma canção de ninar

-Quem me dera que essa canção tocasse meu peito

suave, tranquila, com jeito e me fizesse sonhar

Mas na tempestade só ouço trovões

Ressoando como tambores, das tribos antigas

Distantes nas noites de sacrifício

E essa calma poesia que cai do céu

Como uma dádiva de Deus

Um translúcido e branco véu

A dançar ante nossos olhos

-Porém meus olhos choram na mesma proporção que a chuva cai

Sem um aviso de final

Viviane Tavares
Enviado por Viviane Tavares em 08/11/2010
Código do texto: T2602889
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