CHORO POR NÃO QUERER QUE TE FOSSES!

PEIXINHO DOURADO,nadavas em teu pequeno mar.

Tínhamos o dever de cuidar de ti e o fizemos.

Durante um ano inteiro,ao deitarmos e ao levantarmos,estivestes

Conosco,e fostes parte de nós...Mas essa noite,sem aviso e preparo,

Dás sinal de que irás deixar a vida.Pareces sereno,prostrado no fundo.

Eu te olho, desejando ter em mãos gotas de vida para dar-te.

E sinto a exata sensação de impotência invadir-me o ser.

Falo contigo,como se me ouvisses e pudesses entender-me.

Digo que não vás,pergunto se estás mesmo nos deixando.

Através do vidro,que separa o meu e o teu mundo,toco em ti.

Vejo teus olhinhos movendo-se como um gesto de adeus,

Sinto tua vida se esvaindo,pequenino ser,e tu sem voz audível

para dizer da dor que sentes...

Bem próximo UMA MENINA CHORA a tua perda.

E eu, como mãe, choro também.

EU não queria que fosses,acostumei-me a ver-te nadando

Em plácidas águas,no potinho que doei para ser teu mar.

Ele será também tua última morada.

Nesse momento,voltei a ser criança, chorando a perda do peixinho

E a tristeza da minha filha.

Toda perda implica em dor,mas penso que é melhor sofrer,por perder

O que amamos do que nunca termos amado...

Uma vida se vai,uma história se finda.

Mas continuará em nossa memória ainda um tempo.

Adeus, nosso peixinho dourado! Está se cumprindo teu tempo!

Teu sofrimento acaba aqui.

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 07/11/2010
Reeditado em 22/11/2010
Código do texto: T2601402