O ADEUS DE PRISCILA E O CORTEJO DE PRISCILA

O ADEUS DE PRISCILA

Antes da morte ela estendeu-me o braço

Queria que eu o segurasse com firmeza

Tenho a impressão de que buscava segurança

Ou estava dizendo-me: “Papai, adeus!”

Antes quisera passear

O que o fizera com alegria ímpar

Ela sabia da morte presente

Pois expirou como se Anjo fosse.

Assim eu acredito

Que nos Céus ela vibra por nós

São os momentos em que temos paz

Neste turbilhão de saudade e dor.

O CORTEJO DE PRISCILA

Estirado ao chão o corpo inerte

Família ao redor choro profuso

Sabe que não há nada que a desperte

E que possa acalmar momento tão confuso.

A mãe em desespero busca os lençóis

Que tanto ao chão botou pra filha dormir

Precisava embrulhá-la antes de partir

Para brilhar como estrela num dos muitos sóis.

Sem ainda acreditarmos no que estava acontecendo

Vimos a moto dobrar no final da rua

Quantos Anjos na multidão naquele instante se espremendo

Para verem o cortejo naquela tarde sem lua!

Fora tão rápido dela o expirar

Que podemos imaginar o quanto evoluída

Se na terra o fora nos Céus era querida

Aqui veio pra servir e não para pecados expiar.

Na Colônia onde agora ela vive

Tem um lago com água cor-de-rosa

Quando para ela o tempo é livre

Lá vê nossos rostos contando-lhe prosa.

WILTON PORTO