Laura, uma vida de tristezas.

Conheci Laura no interior paulista

Uma boliviana linda e desinibida,

Em uma boate na beira da pista

Ela contou-me a história de sua vida.

Falou-me que desde os dez de idade,

Já sofria com o seu pai e seu irmão,

Que queriam tirar a sua virgindade,

Até hoje eles sentem por ela excitação.

Eles acabaram com o seu mundo,

E tornaram a sua maior decepção,

Sente por eles um ódio profundo,

E jamais dela os terá seu perdão.

Com treze anos ela conseguiu escapar,

E foi buscar sua prematura felicidade,

Tão novinha ela resolveu se casar,

Para fugir desses atos de crueldade.

Mas o destino começou com ela a jogar,

Quando um jovem abusou de sua sobrinha,

Ninguém poderia nem em sonho imaginar,

Como a Laura poderia sair de sua linha.

Armou para esse jovem uma cilada,

Chamou-o para dormir com ela,

Ficou muito sexy e muito desejada,

E o jovem foi dançando a musica dela.

E ela foi nele se esfregando,

E deu nele o seu beijo mortal,

O pescoço dele foi sangrando,

Com facadas e um tiro fatal.

Ela fez sua justiça, perdeu sua razão,

Fez algumas ligações e foi se entregar,

Cumpriu seis anos de condenação,

Sem ver e nem poder os filhos beijar.

Pois na justiça pagou pelo que fez,

Cada um colhe aquilo que semeia,

E presa com cinco meses de gravidez,

Ela teve seus trigêmeos na cadeia.

Já solta a família continuou crescendo,

E chegou mais uma linda criança,

Melhor ver nascendo do que morrendo,

Ganhar do que perder a esperança.

Nem o dia do seu aniversário

é para ela uma data querida,

é também a lembrança do calvário

em que perdeu o amor de sua vida.

No seu aniversário,outra fatalidade,

Pagaram profissionais para se vingar,

E por grande engano sem piedade,

Mataram o seu amado em seu lugar.

Quando no seu carro ele deu a partida,

para comprar bebidas para a comemoração,

aquilo foi o último ato de sua vida,

acabada com uma grande explosão.

Eu nem posso imaginar a sua dor,

E nem sei se ela consegue ser consolada,

Sei que pela perda do seu grande amor,

Ela se sente muito mais que culpada.

E tocando o seu barco para frente,

Tentando buscar um pouco de paz,

Ela se casou e foi mãe novamente,

Mas o tal não foi para ela um bom rapaz.

Sei que ela segue pisando em espinhos,

Também sei que ela agora esta triste e só,

Vendendo amor, vendendo carinhos,

Para disfarçar sua tristeza cheira um pó.

Não consigo mais nada aqui escrever,

Mas quero te dizer Laura amiga querida:

“Se depois de tudo você ainda continua a viver

É por que Deus tem um propósito na sua vida”.

Acredita nisso, esqueça seu passado,

Viva seu presente buscando seu futuro,

Você ainda terá seus filhos ao seu lado.

Deus vai te tirar desse caminho escuro.

Luiz Antonio Ramos.