É tudo ou nunca mais
E eu quis ir embora
Mesmo não tendo destino, nem motivos
O destino é o dia de amanhã
Que por irônia é insosso com hoje
E eu fui, querendo que você só me pedisse para ficar
Só mais um pouco , mesmo que fosse pra dizer nada , fazer nada
Só para ter o gosto inorgânico do ócio
E congelar na sua presença insignificante
Tão insignificante, que chega a ser uma salubridade insensata
É que não sei explicar como você faz parte de mim
Agora, eu que sempre fui tão presa a você
Estou solta
Estou solta para o quê? Não sei
Fiquei perdida e cansada , escrevo como uma forma de silêncio
O silêncio que inunda o fundo do poço em que vivo
O abismo que você fazia parte
Te deixei
Triste pela perda,
Perda de algo que na verdade existiu
Para amenizar a carência lastimosa que sentimos
Triste, por ter ameaçado e ser
E não ter chegado.