Soturno

Eu fito os olhos trêmulos da noite

Que derrama suas horas como ondas,

Arrebentam em recife desconexo

Retorcendo o que antes foi bonança.

Entre os lábios do ocaso sou cativo

Que me guardam ao momento de rilhar,

Entre dentes que trituram o meu ser

E espalham os pedaços ao luar.

Sob este véu que persiste em cobrir

Os sentidos espalhados pelo chão,

Já houve tanto encanto a bramir

Hoje resta carne morta e solidão.

Rio de Janeiro, 5 de novembro de 2010.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 05/11/2010
Código do texto: T2597651
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.