É tudo
Eu mergulhei na negra imensidão do desapego,
transportei meus atos para uma caixa,
e os seus para minha lembrança.
E choro...
Eu conto cada beijo perdido,
Eu me lembro de você do antes,
o do depois não é você.
Eu sonho com o dia que isso tudo vai passar,
e que o amor volte a me tocar como antes.
Centelhas de fogo ainda queimam meus olhos,
como arde o amor assim traído.
Nem te olho mais, parece que você foi embora, ou morreu...
Prefiro pensar que estou de luto por aquela pessoa de antes.
O homem que me via como uma princesa,
que me acordava com beijos,
que me tornava sua apenas com o olhar,
que me declamava Neruda,
que cantava pra mim,
que se preocupava comigo,
morreu.
Assim, aceito melhor essa sujeira e sofro um pouco menos.