Invólucro
Este invólucro roto
Que abriga o que sou,
Desfaz-se em farrapos,
Em pequenos pedaços
A cada hora que passa.
Revelando que tenho
Escondido por dentro,
O mais sujo dos seres
Mais sórdido que o tempo,
Que rouba a vida pela asa.
Este invólucro sujo
Que encobre o que é pútrido,
Aos poucos se acaba
Libertando o perpétuo
De encontro ao nada.
Rio de Janeiro, 24 de outubro de 2010.