Sofrimento à prestação

Lentamente meu coração desliza dentro de mim

As lágrimas não mais assustam

O grito já não traça o ar

O abafamento há muito trancou a coragem

A esperança diluiu-se e escorreu do interior

As feridas começaram a sangrar novamente

Talhos que eu mesma fiz

Rasgos que eu alimentei

Ai Deus! Eu amo tanto, tanto, tanto! Muito, muito, muito...

Sou fraca em demasia

O sentimento está impregnado

E em forma palpável é belo e quase ágape

Mas na utopia que alimento com dor e sofreguidão sofro à prestação

E acredito nunca quitar essa dívida com meu interior